A fitoterapia ou terapia pelas plantas é uma das mais antigas práticas terapêuticas da humanidade. Ela remonta há cerca de 8.500 a.c. e apresenta origens tanto no conhecimento popular (etnobotânica) como na experiência científica (etnofarmacologia).
As plantas contêm princípios ativos capazes de tratar diversas doenças e foi a partir do reconhecimento destas propriedades terapêuticas que se deu o surgimento da medicina alopática moderna.
O termo Fitoterapia deriva do grego therapeia, tratamento, e phyton, vegetal, e diz respeito ao estudo das plantas medicinais e suas aplicações no tratamento complementar das doenças.
Ela surgiu independentemente na maioria dos povos. Na China, por exemplo, surgiu por volta de 3000 a.C., quando o imperador Cho-Chin-Kei descreveu as propriedades do Ginseng e da Cânfora.
Fitoterapia x Medicamento Fitoterápico
A definição de medicamento fitoterápico é diferente de fitoterapia. Os medicamentos fitoterápicos são preparações elaboradas por técnicas de farmácia em que são utilizados os extratos das plantas, sendo produtos industrializados. Já a Fitoterapia é uma ciência e engloba, além das preparações fitiofarmacológicas e dos medicamentos fitoterápicos, o uso popular das plantas em si.
Vantagens e riscos
Há uma grande quantidade de plantas medicinais, em todas as partes do mundo, utilizadas há milhares de anos para o tratamento de doenças através de mecanismos na maioria das vezes desconhecidos.
O estudo desses mecanismos e o isolamento do princípio ativo das plantas (substância responsável pelos efeitos terapêuticos) é uma das prioridades da farmacologia. Enquanto o princípio ativo não é isolado, as plantas medicinais são utilizadas de forma caseira, principalmente através de chás, ultra diluições ou sob a forma industrializada, através do extrato homogêneo da planta.
Ao contrário da crença popular, o uso de plantas medicinais não é isento de riscos. Além do princípio ativo terapêutico, a planta pode conter substâncias tóxicas, substâncias alergênicas, contaminação por agrotóxicos ou por metais pesados e pode interagir com outras medicações, causando danos à saúde. Além disso, todo princípio ativo terapêutico é benéfico enquanto utilizado em sua dose terapêutica, sendo tóxico quando utilizado em excesso.
A variação de concentração de um princípio ativo em chás pode ser muito grande, sendo praticamente impossível atingir uma faixa terapêutica segura em algumas plantas. Na forma industrializada, o risco de contaminações pode ser reduzido, através do controle de qualidade da matéria prima, e mesmo assim a variação na concentração do princípio ativo pode chegar a 100%. Nas ultra diluições, como na homeopatia, não riscos intoxicação por excesso de determinado princípio ativo.
À medida que os princípios ativos são descobertos, eles são isolados e refinados, de modo a eliminar agentes tóxicos e contaminações, e as doses terapêuticas e tóxicas são definidas com segurança.
Entretanto, o isolamento e o refino dos princípios ativos também não são isentos de riscos, uma vez que pretende substituir o conhecimento popular tradicional por resultados provindos de algumas pesquisas analítico-científicas muitas vezes antagônicas. Além disso, ao se extrair os princípios ativos são desprezados diversos elementos existentes na planta que naturalmente se mantêm em proporções adequadas.
O uso de fitoterápicos de laboratório também poderia introduzir novos efeitos colaterais ou adversos, devido a ausência de sinergismo ou antagonismo parcial entre os diversos princípios ativos existentes na planta.
Entre o conhecimento popular e o científico
A fitoterapia tem se tornado cada vez mais popular entre os povos de todo o mundo. Há inúmeros medicamentos no mercado que utilizam em seus rótulos o termo “produto natural”. Eles prometem, além de maior eficácia terapêutica, ausência de efeitos colaterais.
Grande parte desses medicamentos utiliza plantas da flora estrangeira ou brasileira como matéria-prima e possuem diversas finalidades: acalmar, cicatrizar, expectorar, engordar, emagrecer e muitos outros. É a utilização das plantas para o tratamento de doenças que constitui, hoje, o ramo da medicina conhecido como Fitoterapia.
O uso das plantas como remédio é provavelmente tão antigo quanto à própria humanidade. Nas Ilhas Oceânicas, por exemplo, há séculos a planta kava kava (Piper methysticum) é usada como calmante e durante muito tempo ela foi utilizada em cerimônias religiosas. Hoje já é comprovado que seu extrato tem efeito no combate à ansiedade.
Entretanto, ao se utilizar as plantas como medicamentos é preciso ter cautela. A crença popular de que as plantas não fazem mal, estimulada por fortes apelos de marketing, acaba distorcendo os usos e reais benefícios das plantas. ” O conceito pré-estabelecido, popular, de que o que vem da natureza não faz mal é incorreto”, lembra Elisaldo Carlini, pesquisador do Departamento de Psicofarmacologia da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp).
Quem é que não sabe que a planta conhecida como “Comigo ninguém pode” é extremamente tóxica e pode matar? E afinal, estricnina, morfina e cocaína também são produtos naturais.
Todo medicamento, inclusive os fitoterápicos, deve ser usado segundo orientação médica. É claro que dificilmente chega-se a uma overdose de chá de boldo. Mas há ainda muitas plantas cujos efeitos não são bem conhecidos e seu uso indiscriminado pode prejudicar a saúde. Por outro lado, vários estudos científicos comprovam que a fitoterapia pode oferecer soluções eficazes e mais baratas para diversas doenças.
Para Carlini, os preconceitos em relação ao uso de fitoterápicos estão diminuindo. “O uso da fitoterapia como prescrição até há pouco tempo não era aceito pelos próprios cientistas. Ela era considerada uma medicina inferior, alternativa, principalmente por conta dos benefícios propagados por aproveitadores e charlatões. Era vista como ‘medicina popular`, desenvolvida à base de plantas que podiam ser encontradas na quitanda, na loja de artigos de umbanda, casas de chás, praças, etc”, diz.
Segundo o pesquisador, o conceito de uso dos fitoterápicos vem sendo modificado graças a produtos que os próprios médicos vêm utilizando e que têm base científica comprovada: “O crescimento do uso de fitoterápicos deve-se à competência científica de estudar, testar e recomendar o uso de determinadas plantas para usos específicos”, afirma.
É considerado fitoterápico toda preparação farmacêutica (extratos, tinturas, pomadas e cápsulas) que utiliza como matéria-prima parte de plantas, como folhas, caules, raízes, flores e sementes, com conhecido efeito farmacológico. O uso adequado dessas preparações traz uma série de benefícios para a saúde humana ajudando no combate a doenças infecciosas, disfunções metabólicas, doenças alérgicas e traumas diversos, entre outros. Associado às suas atividades terapêuticas está o seu baixo custo; a grande disponibilidade de matéria-prima (plantas), principalmente nos países tropicais; e a cultura relacionada ao seu uso.
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